Avengers Epic Collection vol. 17:
Emperor Doom por vários
Dizer que os
volumes da Epic Collection da Marvel são um sonho tornado realidade é
apontar para baixo. Tenho, religiosamente, estado a adquiri-los em detrimento
de conta bancária e espaço nas prateleiras. Este é o segundo volume a sair dos Vingadores (e 17.º na coleção) e compila
um conjunto de histórias que penso já ter lido mas, como é também sabido, isto
da idade é uma coisa complicada. Portanto, foi como se os tivesse visto pela
primeira vez. O volume não só inclui a derradeiro conto do lendário conjunto de
histórias da dupla Roger Stern / John Buscema, datada de finais da década de
80, como também um encontro entre duas equipas de Vingadores e ainda Emperor
Doom, onde o vilão Dr. Destino finalmente
consegue o seu intento: obviamente conquistar o mundo. Enquanto estas duas
últimas histórias têm mais o sabor de nostalgia e papel velho, ou seja, a sua
qualidade deve mais à memória agradável de criança do que à complexidade da
história, o final da run dos dois
artistas citados é o contrário e vale, sozinha, o preço de admissão deste
volume. Os Vingadores vêem-se
envolvidos num confronto com os míticos deuses gregos do Olimpo, por via dos
ferimentos incorridos por Hércules,
filho de Zeus, na sequência de uma das
mais conhecidas histórias da dupla Stern/Buscema: O Cerco da Mansão (os fãs de BD sabem do que falo e os outros têm
mais é que ir descobrir porque vale mesmo a pena). Um grande volume nesta
grande coleção.
Daredevil by Mark Waid vol. 7 de
Mark Waid e Chris Samnee
Continua a
maravilha que é este regresso do Demolidor
às suas origens mais super-heroísticas e positivas, depois de anos no abismo
negro da depressão (com qualidade, claro) de Bendis, Brubaker e Diggle . Obviamente
que estamos a falar de positivo do ponto de vista dos super-heróis e, especificamente,
do Demolidor, porque o que seria de
uma boa história deste personagem sem uma grande dose de drama? Contudo, pelas
habilidosas mãos e imaginação de Waid raramente o ambiente mergulha na
negritude opressiva dos esforços anteriores que referi. Ainda que um dos amigos
do personagem esteja a atravessar uma das mais complicadas fases da sua vida, é
tudo escrito de forma leve, divertida e verdadeiramente empolgante. À festa só
ajuda o traço quase cartoonesco de Samnee, contribuindo para uma atmosfera de
perigo com sabor a década de 70, quando a BD dos EUA não tinha sido contaminada
pelo poderoso elixir da maturidade e complexidade intelectual (não que haja
nada de mal com isso, já o diria Senfeld). Este sétimo volume representa um
salto quântico de qualidade face ao anterior sexto, que soube a paragem para
descontração – mas não a da boa descontração. Mal posso esperar pelo oitavo já
que parece que o personagem decidiu mudar de ares.
The Unwritten: Fables de Mike
Carey e Peter Gross com colaboração de Bill Willingham e Mark Buckingham
E por falar em
paragens para descontração, o que é que aconteceu com Unwritten neste volume? Desde que Karen Berger, a mítica chefe da
editora Vertigo (pertencente à
todo-poderosa DC Comics), saiu da “marca” que ajudou a criar que a qualidade
tem estado também a entregar os papéis de demissão. Espero que seja,
obviamente, apenas um período de adaptação aos novos ares. Primeiro que tudo,
este novo volume de Unwritten representa
uma enorme novidade na Vertigo: a
junção de dois títulos de autores diferentes. É verdade que, anteriormente,
podíamos falar de outras, como Swamp
Thing, Constantine e Sandman, mas os tempos eram diferentes.
Apesar de na história do personagem principal de Unwritten, Tommy Taylor,
esta junção fazer algum sentido, não deixa de ter um sabor a “dêem-me cá o
vosso dinheirinho”. Não que eu necessitasse de qualquer tipo de incentivo desta
natureza já que acompanho os dois títulos. Segundo, e aqui é o mais importante,
o esforço não sai com muita qualidade. Existem momentos verdadeiramente bons,
ou não estivéssemos a falar de quatro autores do melhor que a BD tem para
oferecer, mas ainda assim, na maior parte, o resultado é apressado e pouco
inspirado. Qualquer um dos títulos mereceria algo mais, algo mais
significativo, para justificar esta união. É pena, parece uma oportunidade
perdida, ainda que fosse uma oportunidade que, provavelmente, não era
necessária.
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