(título gentilmente inventado pelo Filipe Faria)

Quantas e quantas vezes os fãs de BD ouvem a frase "isso é coisa de miúdos"? Pode acontecer quando estamos sossegados a ler na esplanada ou quando queremos sugerir algo e convencer que BD é Arte como outra qualquer. Às vezes, até dentro dos fãs de BD, existe a eterna divisão entre os que gostam de super-heróis ou da Disney e os outros que consideram que, uma vez mais, "isso é coisa de miúdos". 

Destas coisas está a Arte como um todo cheia, mas, no que a mim diz respeito, muitas vezes confunde-se a forma com o conteúdo. Uns olham para algo e reconhecem nele um castelo labiríntico de corredores intrincados, enquanto outros vêem apenas um casebre de palha (que se sopra e desfaz-se numa explosão de mil agulhas, como interferência numa TV).

Não quero mais nada do que propor exemplos de BDs, vindas de qualquer quadrante, que inspiram-me e elevam-me. Pode acontecer com um naco de prosa verdadeiro, com um desenho deslumbrante, com a conjugação dos dois ou, claro, com uma arrebatadora narrativa de vários quadradinhos.

Esta semana, visitamos o trabalho lendário de Alan Moore (o mesmo autor dos Watchmen), Stephen Bisette e de John Totleben no Swamp Thing. São poucas as palavras que conseguem elogiar o suficiente esta sequência de histórias. Nesta, o protagonista visita o Além e os seus guardiões de modo a salvar a sua amada.





Saga of the Swamp Thing Annual #2 (1984), páginas 17 a 22,
escrito por Alan Moore e desenhado por Stephen Bisette e John Totleben

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