Call Me By Your Name (Chama-me pelo Teu Nome) de Luca Guadagnino

No Verão de 1983, um jovem investigador dos EUA desloca-se para o Norte de Itália, para a casa de campo de um professor de Arqueologia de renome. Na família que o recebe vive um jovem de 17 anos, interessado em música, inteligente e dono de uma cultura acima da média. Elio, o adolescente, fala fluentemente as línguas francesa, inglesa, italiana e mesmo um pouco de alemão. Desde o primeiro trocar de olhares que ele e Arnie, o americano, possuem uma atração mútua intensa, uma relação que, contudo, têm de controlar, esconder, mesmo um do outro, com medo das represálias óbvias. Aos poucos, as barreiras pessoais vão esmorecendo sob o peso da paixão e da intensidade física da atração. Uma relação acontece na casa dos pais de Elio, nos arredores bucólicos da aldeia e campo italianos. Este será sempre mais que um amor de Verão. Será um marco nas vidas de ambos, enquanto descobrem a intensidade a que o Amor pode chegar, quando verdadeiro e único.

Verdade. Dificilmente encontrarão uma palavra que melhor descreva este belíssimo mas intenso filme. Quando os dois jovens revelam o amor que nutrem um pelo o outro, quando o levam até às consequências finais, este Call Me By Your Name voa acima da mundanidade e afirma-se como um testamento à intensidade de um amor verdadeiro, único, daqueles que acontecem apenas uma vez na vida. A rendição completa do nosso querer e do nosso ser a outra pessoa, a dor física da separação, a dor física da união, estão presentes em cada enquadramento e em cada cena que os dois partilham. Isto é muito mais que o amor homossexual. É pura e simplesmente Amor. Sem outros rótulos.

O trabalho de todos os envolvidos, desde realizador a actores, passando por director de fotografia, são exemplares e cheios de intenção e emoção. O filme é belo não só pelos cenários, pelo mise en scéne, pela fotografia, mas principalmente pelo coração, pela intensidade e veracidade dos sentimentos. Luca Guadagnino já tinha dado  maravilhoso Eu Sou o Amor, um dos meus filmes favoritos de 2009, e regressa com este fabuloso Call Me By Your Name, já um dos favoritos de 2018. 

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