Vício do mês, versão Maio de 2016.






Já são muitos anos a virar frangos. Desde os cinco anos de idade. A ler Banda Desenhada em geral e de super-heróis em particular. Começou pelo Homem-Aranha e progrediu para todos os outros. Transformou-se em mais do que um vício, que continua até hoje. Todos os meses desloco-me à minha loja de BD favorita e de lá venho com A Pilha. Alguns dos livros dessa pilha leio com mais prazer do que outros, é verdade, mas leio tudo . A lista em baixo é a deste mês.

Batman #51 da DC Comics
Justice League #49 da DC Comics
Justice League Special: Darkseid War #1 da DC Comics
Superman / Wonder Woman #28 da DC Comics
Wonder Woman #51 da DC Comics
Avengers #08 da Marvel
Captain Marvel #04 da Marvel
Dr. Strange #07 da Marvel
Hercules #06 da Marvel
Karnak #03 da Marvel
Ms. Marvel #06 da Marvel
New Avengers #09-10 da Marvel
Scarlet Witch #05 da Marvel
Spider-Man #03 da Marvel
Spider-Man / Deadpool #04 da Marvel
Spiderwoman #06 da Marvel
Totaly Awesome Hulk #05 da Marvel
Ultimates #06 da Marvel
Weirdworld #05 da Marvel

Que delícias


Eu que pensava que o Batman da dupla Snyder/Cappulo tinha acabado no mês anterior e fiquei agradavelmente surpreso por este número 51. Não só é uma coda apropriada, como uma história fabulosamente bem escrita, culminando quase cinco anos de um trabalho conjunto que é já lendário. Aplausos de pé.

Infelizmente, e ao contrário de meses anteriores, nesta minha categoria do inexcedível só há mais espaço para os Ultimates de Al Ewing, este mês sem o desenho habitual de Rochafort, mas com o nada menor Christian Ward, conhecido de Infinite Vacation e Ody-C. Que maravilha de número, em que Ewing não só gets it's Morrison on como besunta-se de Jim Starlin's mojo. O escritor continua a produzir uma das mais interessantes BD's da Marvel, construindo a partir do trabalho de gigantes como o referido Starlin, mas também de Hickman, Byrne, etc. Uma pérola.

Diamantes quase perfeitos

Não imaginam a pena que me dá não poder continuar a colocar a Justice League de Geoff Johns no pódio. Quer o número 49, quer o Special: Darkseid War  sabem a "estamos aqui a engonhar um pouquito". É verdade que ocorrem eventos muito importantes a todos os níveis desta história e ela continua num patamar de qualidade acima da média, mas nada que já não pudesse ter ocorrido em capítulos anteriores. É esperar pelo número final no próximo mês e fazer figas pelo melhor.

O output (deu-me para isto do inglês, perdoem-me) deste mês da Marvel continua forte, como o tem sido desde o fim da Secret Wars. Dr. Strange, Hercules, Spiderman (versão Miles Morales), Weirdworld, continuam a excelente aposta da editora em personagens longe dos holofotes, conseguindo histórias confortáveis no canto reservado ao herói, permitindo que os criadores possam respirar. Eu sei que nestes mundos partilhados dos super-heróis nem sempre é fácil este isolamento mas, sinceramente, é dele que brotam, na maior parte dos casos, as mais memoráveis recordações. 

Queria continuar a destacar o trabalho dos títulos Ms. Marvel e Scarlet Witch, que são não só revistas com diversão a rodos mas, e neste caso tenho de o destacar, com qualidade. O primeiro não é um surpresa para quem está atento às críticas, aos prémios e às reacções do leitores, mas o segundo tem sido, mês sim, mês sim, uma surpreendente confirmação. À confiança, quando sair o TPB deste segundo, por favor tentem-no. James Robinson tem tido o talento de construir grandes histórias e a sorte de ter a colaboração de artistas créme de la créme.

Outro título que finalmente parece estar a entrar nos eixos é o Karnak de Warren Ellis. Com o nome deste escritor só poderia ter enormes expectativas e, neste mês, parece que posso começar a pensar que há uma luz ao fundo do túnel.

Finalmente, nesta categoria, sobra espaço para Spiderman/Deadpool, o único título que tem Peter Parker e que acompanho. Joe Kelly e Ed McGuiness continuam a construir a amizade entre os dois personagens titulares que já deveria existir há 20 anos e ninguém percebia porque não. Às vezes, a expectativa é cumprida.

Diana, a eterna Diana

O que posso dizer de Wonder Woman e Superman / Wonder Woman? Nunca mais é Julho? Nunca mais chega o regresso de Greg Rucka, o desenho de Liam Sharpe e o evento Rebirth? Pois... infelizmente é isso. Só aguento estes dois títulos porque é ela, sempre ela.

Nem vale a pena pensar nisso


A minha paciência para eventos enche-chouriço-e-engole é nula. Não consigo perceber, para lá do óbvio apelo mercantilista, a insistência da Marvel e da DC em histórias que interrompem o normal percurso de uma série e ligam-na a outras, "forçando" o leitor a comprar coisas que não quer. Eu já não dou para esse peditório há muitos e muitos anos. A oferta de boa BD, mesmo dentro de cada uma dessas editoras, é grande demais para perdermos tempo, dinheiro e paciência em histórias que não valem nem um segundo, cêntimo ou neurónio. Dito isto, é esquecer o acidente de percurso que é o que está a acontecer no Avengers e New Avengers e seguir para coisas que interessam. Se o Civil War II fizer o mesmo vão ver onde poupo uns bons euros.

O mesmo aconteceu com o delicioso Spider-Woman, título que, no mês passado, teve uma das melhores histórias da Pilha de Abril. Neste e no próximo mês existe um crossover com outras duas espécies de Mulheres-Aranha que não acompanho. Concluindo, dinheiro deitado ao lixo.

Este mês caíram no machado da guilhotina duas séries, uma delas já esperada e outra com a qual não contava que acontecesse tão cedo. Captain Marvel já ameaçava desde o início. A história e desenhos são fracos, sem chama e relevância. Apesar da Marvel prometer importância do personagem na Civil War II isso não é nem devia ser razão para a manter na lista de compras. O Totally Awesome Hulk foi um prazer culpado nos primeiros quatro números, muito por culpa do desenho de Cho. Infelizmente, o artista não vai continuar e apesar da vaga ir ser preenchida por Del Mundo, de quem gosto em Weirdworld, não parece-me uma escolha apropriada. Há que desafogar a carteira para coisas mais recompensadoras e, além do que já referi, a história deste quinto número é particularmente desinteressante o que, a bem ver, é a única coisa que realmente interessa. 

Sem comentários: