Nenhum dos que nos deram este Flight é novo na arte de fazer a 7.ª Arte. Zemeckis, o realizador, já nos trouxe os três Regresso ao Futuro, Forrest
Gump, Contacto ou Beowulf. Denzel Washington, o ator principal, foi vencedor de um óscar de
melhor ator e participou em dezenas de outros filmes.
Flight conta-nos
como um piloto de uma companhia aérea torna-se herói do dia para a noite, ao
conseguir aterrar com sucesso um avião comercial que precipitava 102 almas
para a morte certa. Acontece que, no momento do salvamento, o piloto estava longe
da melhor das condições físicas, encontrando-se sob o efeito de álcool e
drogas. Segue-se a obrigatória investigação por parte da companhia aérea,
seguradoras e variados interesses económicos, transferindo-se a ação para as
complicações legais daí advindas. Tudo misturado com os dramas pessoais e
familiares advindos da condição de alcoólatra do protagonista.
O filme mistura um conjunto de mensagens que, a início,
parecem querer levar a uma conclusão que julgaríamos vir a ser de uma moralidade
dúbia. Contudo, o que fica acaba por ser pior, não tanto porque a história não
fica concluída mas porque fica concluída demais, com um laço demasiadamente
categórico face ao castelo que se estava a construir. Parece ter faltado
coragem para permanecer no lado cinzento da questão. Mais ainda quando existe
uma volta de 180º face ao que até a momentos atrás estava a querer ser descrito.
Outras das facetas menos conseguidas do filme parece ser a
conotação religiosa do argumento, deixando aparecer sinais e pistas para um enquadramento
desta vertente mas não passando disso mesmo: sinais e pistas. Uma vez mais,
parece ter faltado coragem para uma posição de determinada ambiguidade (perdoem-me
o oximoro).
O verdadeiramente forte do filme são os atores, quer falemos
de Denzel, na sua habitual forma,
quer da minha favorita no filme, Kelly
Reilly, actriz inglesa que conhecemos de outros filmes como Eden Lake com Fassbender, Sherlock Holmes
com Downey Jr e Jude Law, ou os geracionais Residência
Espanhola e Bonecas Russas, estes
dois últimos do realizador francês Cédric
Klapisc. Existem ainda duas memoráveis aparições do sempre extraordinário John Goodman. Infelizmente, são eles a única razão para ver este filme.
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