Sou um fã de Rock ‘n’ Roll. Principalmente daquele de guitarras violentamente rasgadas, de som que se propaga nas paredes do ar, que sai do goto e das vísceras a gritar e a espernear, que te faz esquecer que estás ali, a ouvir.
“It might get Loud” é um filme de 2009, corrijo, um documentário, em que Jack White, líder, vocalista e guitarrista dos White Stripes, tem a audácia de querer saber mais sobre a arte de tocar guitarra. Os dois “mestres” que ele alicia para a “partilha” são gigantes do mundo do rock ’n’ roll: The Edge dos U2 e Jimmy Page dos Led Zeppelin.
O que se segue são pouco menos que duas horas de prazer enquanto nos prostramos, em devoção, em frente ao ecrã onde são contadas histórias, História e estórias do arrebatamento que é tocar uma guitarra (ficamos com essa certeza ao vê-los).
The Edge explica-nos o seu amor por pedaleiras e efeitos de distorção e outras sonoplastias.
Jack White delicia-nos com a sua simplicidade de gosto musical, enquanto nos aproxima do cerne da música, da sua forma mais pura, da sua origem mais democrática (o apontamento que é a música favorita de Jack White é delicioso).
E Jimmy Page, pura e simplesmente, é a lenda que é, um enorme colosso das guitarras e da História da música, que nos conta as suas influências, a sua carreira, o seu percurso. O que não deixa de ser irónico, já que ele é, ele próprio, História e influência (como também o é The Edge, mas uma escala um pouco menor).
Há jam-sessions, há pequenos contos, pequenas curiosidades (ver os U2 a tocar uma música – Street Mission- quando ainda se chamavam The Hype, é um momento particularmente cândido) e, acima de tudo, a apreensão de que um guitarrista é muito mais do que um instrumentista. Como diz The Edge, e parafraseio, “esta (a guitarra) é a minha voz”.
Sem comentários:
Enviar um comentário