In the Loop


Adoro a ironia do título deste filme. Passarei a explicá-la nos parágrafos que se seguem.

Não estreou em Portugal mas foi considerado por alguns (CHUD online e a revista Empire) como um dos melhores exemplos da 7.ª Arte a estrear no ano que acabou. Realizado por Armando Iannucci, este filme britânico retrata de forma humoristicamente real a tentativa, por parte dos governos britânico e americano, de iniciar uma guerra contra o Médio Oriente. O resto são os idos e vindos nos “corredores do poder” (perdoem o cliché), enquanto assistentes, ministros, secretárias, conselheiros, militares e jornalistas se enredam numa Kafkiana teia de intriga cuja derradeira consequência é apenas a realisticamente admissível.

A forma como o fazem é algo similar ao que Ricky Gervais fez no “The Office”. A câmara acompanha os protagonistas de forma jornalística, desgarrada e fria. Mas o humor é tudo menos desgarrado e frio. Tudo menos distante. É incisivo e directo, atingindo todos os músculos que compõem o corpo da política internacional, algo demasiada e assustadoramente humano.

In the Loop é uma expressão inglesa que significa estar dentro de um assunto considerado exclusivo e secreto. Mas também pode significar estar metido num círculo vicioso, num “loop” musical sem fim, o qual se pensava controlar. Depois de verem este “loop” fica a certeza que seria melhor de vez em quando tocarmos uma música diferente. Esta já enjoa!

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