Partícula de Higgs V

Às vezes é urgente desligar o tico e o teco. Existem por aí umas coisas que me dão tanto prazer... por assim dizer, “culpado”... e para as quais não é necessário ligar o modo “James Joyce”, arquivar em ficheiro de linguagem “Einstein” e sub-rotina “Mozart”. E que delícia são esses momentos, esses pecadilhos inconsequentes cheios de enlevo e puros de entretenimento.

Falo, por exemplo, de uma BD que ando a sorver com fome e ganância chamada “Invincible”, o nome do autor Robert Kirkman. Nada mais é que um paliativo “super-heroístico”, uma fusão entre o Super-Homem (pelos poderes!) e o Homem-Aranha (pelos conflitos, humor e alma!). Acção Blockbuster! Conflitos amorosos telenovelescos! Ópera espacial! É um furioso virar de página, em que a leitura à guisa de dois volumes por mês (já são doze e vou no sexto!) não é cadência suficiente para serenar a descompensação que a ausência gera.

Falo, por exemplo, de 2012 de Ronald Emmerich, escapismo absurdo e inconsequente que vale pelos efeitos, pela acção, pela inviolada felicidade de estar 2 horas e meia a achar que não se acha nada!

Falo, por exemplo, de nos enredarmos na dança nocturna, ritmada, errática, de uma ida ao Lux. Sem pretextos e sem reprimendas. Sem nos conhecerem!

É preciso tirar prazer do corpo em autogestão, (in)consequente retorno às origens.

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