Babam Ve Oglum (2005), em Inglês "My father and my son" foi a nossa escolha na semana passada. É realmente um prazer encontrar de vez em quando um filme que é uma ode ao Cinema. Cagan Irmak é um excelente contador de histórias e a visão tripartida dos protagonistas complementa-se na perfeição, mesmo que por vezes antagónicas, enriquecendo a imagem de uma família simples, modesta, genuína. Quando as amarguras da vida ditam o caminho e obrigam Sadik, o filho pródigo, a voltar à casa paterna, os valores da família e os sentimentos escondidos levam o pai a aceitar a volta daquele.
Sadik recomenda ao filho Deniz o que dizer e como se comportar diante de Huseyin, o avô. Curiosamente, ou não, Deniz age de maneira natural e não segue as indicações de seu pai, cativando de maneira imediata o avô que se rende ao espírito do neto.
Completam o quadro da vida de Sadik a sua mãe, uma força da natureza e elemento de união da família; a sua tia, irmã da mãe, mulher solteira de grande personalidade, em constante litígio com o cunhado; o seu irmão, figura forte contrastada por uma personalidade frágil e sensível; por fim a sua ex-namorada que deixou na aldeia, quando abandonou o futuro de engenheiro agrónomo idealizado pelo pai, tornando-se um activista político e mais tarde jornalista de esquerda na capital.
O filme está cheio de momentos deliciosos, como quando Irmak nos mostra a mente fantasiosa de Deniz que, inocente, distingue o bem e o mal como heróis em luta contra os vilãos que acabam sempre derrotados. Ou a lição de vida que o avô recebe da sua cunhada, vista como uma mulher "snob" e rabugenta, contudo simpática. A misteriosa porta do celeiro, fechada à chave e proibida por Huseyin. A cena hilariante do miúdo à janela. Finalmente o drama que nos enche de emoção.
A não perder!
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