(título gentilmente inventado pelo Filipe Faria)

Quantas e quantas vezes os fãs de BD ouvem a frase "isso é coisa de miúdos"? Pode acontecer quando estamos sossegados a ler na esplanada ou quando queremos sugerir algo e convencer que BD é Arte como outra qualquer. Às vezes, até dentro dos fãs de BD, existe a eterna divisão entre os que gostam de super-heróis ou da Disney e os outros que consideram que, uma vez mais, "isso é coisa de miúdos". 

Destas coisas está a Arte como um todo cheia, mas, no que a mim diz respeito, muitas vezes confunde-se a forma com o conteúdo. Uns olham para algo e reconhecem nele um castelo labiríntico de corredores intrincados, enquanto outros vêem apenas um casebre de palha (que se sopra e desfaz-se numa explosão de mil agulhas, como interferência numa TV).

Não quero mais nada do que propor exemplos de BDs, vindas de qualquer quadrante, que inspiram-me e elevam-me. Pode acontecer com um naco de prosa verdadeiro, com um desenho deslumbrante, com a conjugação dos dois ou, claro, com uma arrebatadora narrativa de vários quadradinhos.

Esta semana, visito uma das minhas BDs favoritas, Planetary de Warren Ellis e John Cassaday, e um pequeno episódio, com uma das melhores descrições da minha personagem favorita da BD, não pelas acções da própria, mas de uma outra, criada por Ellis e Cassaday - e inspirada no arquétipo. Planetary é uma carta de amor a toda uma cultura pop, que começou nos romances pulp do início do século XX e que evoluiu para os supers da DC e da Marvel.



Planetary#10 (2000), páginas 14 a 17,
escrito por Warren Elllis e desenhado por John Cassaday

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