Há quem diga que os floppies americanos estão a morrer (panfletos, como lhes chama um amigo; comics, como todos os conhecem). Eu cá espero que não porque adoro agarrá-los e devorá-los! É prazer que rezo para nunca acabar. Assim sendo, de vez em quando, vou escrever umas breves palavras sobre alguns que gostei de ler. Só isso. Gostado! Não são melhores nem piores que outras coisas.
Amazing Spider-Man número 799 de Dan Slott e Stuart Immonen (Marvel)
O caminho inexorável para mais um histórico número do Homem-Aranha continua. Dan Slott, que escreve a personagem há 10 anos, está na recta final deste seu canto do cisne, Go Down Swinging. Neste (e a partir de aqui há spoilers), Peter Parker enfrenta o seu maior adversário, Norman Osborn, o Duende Verde. Esta é uma inimizade antiga, que já deu fruto a enormes tragédias, a maior das quais a morte de uma das namoradas do herói. O conflito tem sido explorado até às últimas consequências, ou assim o pensávamos. Slott concebeu uma nova perspectiva ao aumentar o já significativo nível de ameaça que Osborn representa. O escritor fundiu-o a um outro vilão, o alienígena Carnage, um parasita de forma viscosa e tendências (ultra) psicopatas. Assim nasceu Red Goblin, cem vezes mais louco que o Duende Verde e 1000 vezes mais mortífero. Uma máquina de matar sem remorsos e perto do imbatível.
O nível de perigo foi apropriadamente aumentado para níveis ridículos. O vilão é invencível e maníaco, sabe a identidade secreta do nosso herói e a combinação destes dois factos só pode significar uma gigantesca dor de cabeça para o Homem-Aranha, que terá de fazer das tripas coração para salvar os seus e a própria pele.
Como já o disse nesta rubrica, Slott está a recuperar de um certo e determinado arrufo que havia provocado com alguns fãs. O Homem-Aranha de Go Down Swinging é O Homem-Aranha. Colocado numa situação desesperada, Peter Parker evoca todas os seus recursos, não só como super-herói mas também como cientista e indivíduo. Ao mesmo tempo, o vilão, mais poderoso fisicamente, é uma espada de Damocles prestes a cair no mundo pessoal do herói, evocando tragédias passadas e preparando os leitores para uma possível nova. Sinceramente, não se deveria pedir muito mais de uma história do Aranhiço.
Action Comics número 1000 de vários (DC Comics)
Oitenta. É este o número de anos que acumularam-se desde que o Super-Homem viu, pela primeira vez, a luz do dia em 1938. É ele o arquétipo-base de todo um estilo literário. É ele o molde do qual nasceram todos os outros. Até o Batman.
Ontem, a revista que o viu nascer atingiu o histórico número 1000, a primeira de toda a BD americana a chegar a esse histórico marco. Um momento tão importante teria de ser aproveitado de forma exemplar e única. Foram vários os artistas convidados para criar pequenas homenagens ao maior de todos os super-heróis. Todos trouxeram o melhor das suas habilidades para produzir pequenos elogios ao Homem de Aço. Como não poderia deixar de ser, o produto final depende da inspiração e do talento.
Tom King destaca-se. O escritor de títulos lendários como Batman, Mr. Miracle ou Vision consegue, uma vez mais, retirar da cartola um sentido e emocional elogio, desta vez ao Super-Homem. Coloca-o no futuro longínquo, nos últimos dias da Terra, para que deseje um último adeus a quem deu-lhe tudo o que ele é. King percebe, nestas simples cinco páginas tudo o que faz esta personagem: um homem, apenas um homem, com os poderes de um deus.
Outros conseguem obras também relevantes, como a já costumeira parelha Tomasi/Gleason, que transportam o nosso herói para múltiplas evoluções de si mesmo. Ou Scott Snyder e Rafael Albuquerque, que escolhem focar-se na inimizade com Lex Luthor, o seu maior adversário. Também Paul Dini e o maravilhoso José Luis Garcia-Lopez fazem uma homenagem através de um outro dos vilões históricos do Super, ao ponto de parecer estarmos a ler uma história escrita por Alan Moore. Meltzer e Cassaday são parcimoniosos, e abordam os incríveis poderes desta personagem maior que a vida.
Muitos outros juntaram-se à festa, mas, antes de terminar, terei de destacar a inauguração da sequência de histórias de Brian Michael Bendis, que aqui é acompanhado por Jim Lee no desenho. Bendis é quem escreverá o Homem de Aço no futuro próximo e a DC tem feito bastante questão de o publicitar aos quatro ventos. É ainda cedo para qualquer julgamento, nem que seja porque muito pouco é esclarecido. A descompressão e diálogos típicos do escritor estão lá e, claro, uma revelação bombástica (que de bombástico tem muito pouco porque já tinha sido revelada na net). Os fãs do Super-Homem querem que continue a ser o que ele foi neste últimos 80 anos. Seja bem-vindo Sr. Bendis e que nos dê o que de melhor o Homem de Aço é capaz.
Ontem, a revista que o viu nascer atingiu o histórico número 1000, a primeira de toda a BD americana a chegar a esse histórico marco. Um momento tão importante teria de ser aproveitado de forma exemplar e única. Foram vários os artistas convidados para criar pequenas homenagens ao maior de todos os super-heróis. Todos trouxeram o melhor das suas habilidades para produzir pequenos elogios ao Homem de Aço. Como não poderia deixar de ser, o produto final depende da inspiração e do talento.
Tom King destaca-se. O escritor de títulos lendários como Batman, Mr. Miracle ou Vision consegue, uma vez mais, retirar da cartola um sentido e emocional elogio, desta vez ao Super-Homem. Coloca-o no futuro longínquo, nos últimos dias da Terra, para que deseje um último adeus a quem deu-lhe tudo o que ele é. King percebe, nestas simples cinco páginas tudo o que faz esta personagem: um homem, apenas um homem, com os poderes de um deus.
Outros conseguem obras também relevantes, como a já costumeira parelha Tomasi/Gleason, que transportam o nosso herói para múltiplas evoluções de si mesmo. Ou Scott Snyder e Rafael Albuquerque, que escolhem focar-se na inimizade com Lex Luthor, o seu maior adversário. Também Paul Dini e o maravilhoso José Luis Garcia-Lopez fazem uma homenagem através de um outro dos vilões históricos do Super, ao ponto de parecer estarmos a ler uma história escrita por Alan Moore. Meltzer e Cassaday são parcimoniosos, e abordam os incríveis poderes desta personagem maior que a vida.
Muitos outros juntaram-se à festa, mas, antes de terminar, terei de destacar a inauguração da sequência de histórias de Brian Michael Bendis, que aqui é acompanhado por Jim Lee no desenho. Bendis é quem escreverá o Homem de Aço no futuro próximo e a DC tem feito bastante questão de o publicitar aos quatro ventos. É ainda cedo para qualquer julgamento, nem que seja porque muito pouco é esclarecido. A descompressão e diálogos típicos do escritor estão lá e, claro, uma revelação bombástica (que de bombástico tem muito pouco porque já tinha sido revelada na net). Os fãs do Super-Homem querem que continue a ser o que ele foi neste últimos 80 anos. Seja bem-vindo Sr. Bendis e que nos dê o que de melhor o Homem de Aço é capaz.
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