(podem também ler este post onde já faziamos uma pequena resenha sobre esta versão da Liga da Justiça)
Aproveitando o lançamento do filme homónimo, a editora Levoir irá publicar uma colecção de cinco volumes deste grupo de super-heróis entre o dia 9 de Novembro e 7 de Dezembro. Aqui no Acho que Acho, porque adoramos a DC e a Liga, queremos que vocês não se sintam perdidos na História, Cosmologia e Cosmogonia da editora. Por isso, vamos tentar dar-vos um pequeno Travel Guide. A Lonely Planet que se roa.
Aproveitando o lançamento do filme homónimo, a editora Levoir irá publicar uma colecção de cinco volumes deste grupo de super-heróis entre o dia 9 de Novembro e 7 de Dezembro. Aqui no Acho que Acho, porque adoramos a DC e a Liga, queremos que vocês não se sintam perdidos na História, Cosmologia e Cosmogonia da editora. Por isso, vamos tentar dar-vos um pequeno Travel Guide. A Lonely Planet que se roa.
A Liga Justiça da América é a união dos maiores personagens da BD dos EUA. Quando foi criada em 1960 no número 28 da revista Brave and The Bold da DC Comics, reunia sete dos mais relevantes nomes dessa editora: Super-Homem; Batman; Mulher-Maravilha; Aquaman; Flash, Lanterna Verde e Caçador de Marte. Os dois primeiros, os mais relevantes e conhecidos, nem sempre fariam parte das aventuras da Liga nos seus primeiros anos mas, ao longo do tempo, foram estando mais e mais presentes. Também à medida que os anos passaram, o número de membros foi aumentando até transformar-se num verdadeiro exército, o maior e mais poderoso do universo da 9.ª Arte.
Muitas foram as iterações desta equipa, com algumas das mais conhecidas e apreciadas a serem desvios da formação inicial dos Big 7. Uma acontece depois da famosa saga Crise nas Terras Infinitas (quando a DC decidiu recomeçar o seu universo de super-heróis do zero), em que os autores Keith Giffen, J.M.DeMatteis e Kevin Maguire, ao não conseguir "brincar" com os principais personagens da Liga, invertem para uma abordagem ao estilo sitcom que parecia arriscada mas que transformou-se numa das mais memoráveis sequências de histórias desta equipa de super-heróis. Qualquer coisa como cinco anos depois a DC decide voltar ao ritmo habitual mas sem o sucesso quer da versão humorística quer da saudosa que reunia os Big 7 e outros.
Em 1997, quando a Liga estava num ciclo descendente de qualidade e vendas, surge o escritor escocês Grant Morrison, que a DC já tinha publicado na imprint adulta Vertigo. A sua abordagem era um misto de regresso às origens e do injectar de sensibilidades modernas. Do lado das origens, Morrison mina a sua adorada Idade da Prata (o período da BD dos EUA que vai da década de 60 até início da de 70), onde as histórias eram deliciosamente escabrosas. Da modernidade, buscaria a sua própria sensibilidade carnavalesca, maior que a vida, operática, na tangente do teatral, para orquestrar sagas que ficariam para a História da Liga. As ameaças que a equipa tinha de enfrentar eram ridiculamente macro-cósmicas e multiuniversais. Deuses eram apontamentos nas vidas destes super-heróis. Convenhamos: quando Morrison consegue, pela primeira vez em muitos anos, voltar a reunir os Big 7, que mais poderia-se-ia esperar? Só podíamos ter adversários que apenas o Super-Homem, o Batman, a Mulher-Maravilha, o Aquaman, o Flash, o Lanterna Verde e o Caçador de Marte tinham capacidade de derrotar.
Os menos versados na História da DC poderão entrar nestas aventuras e não conhecer certas caras. Claro que sabem quem é o Super-Homem, o Batman e a Mulher-Maravilha. Eles são o Clark Kent/Kal-El, o Bruce Wayne e a Diana que todos conhecem. O Aquaman continua a ser Arthur Curry, filho de mãe atlanteana e pai humano, rei da Atlântida e do maior país do mundo, o dos sete mares. À altura desta BD, era escrito por Peter David, que decidiu cortar-lhe a mão e substituí-la por um arpão e que, acima de tudo, transformou-o num rei decidido e duro. Mas o Flash não é Barry Allen mas antes Wally West, o parceiro que, após a morte do mentor na Crise nas Terras Infinitas, deixa cair a sua identidade de Kid Flash para se transformar no maior velocista do universo da DC. O Lanterna também não é Hal Jordan mas Kyle Rayner. Hal havia invertido para o lado do mal e Kyle era agora o único ser no universo a usar o famoso anel verde - ou, como Morrison o chamaria nesta Liga, a mais poderosa máquinas de desejos do mundo. O Caçador de Marte continua a ser o mesmo mas poucos, fora dos fãs da DC, o conhecem. É o ultimo sobrevivente do planeta Marte, possuidor da maior variedade de poderes de qualquer personagem da DC; voo; invulnerabilidade; intangibilidade; telepatia; metamorfose; super-força; visão marciana. Tudo isto e apenas uma franqueza: o fogo. O Super-Homem considera-o um dos poucos capaz de o derrotar no corpo a corpo e o Batman respeita-o pela sua inteligência, capacidade estratega e por corporizar "o verdadeiro espírito da Liga" (foi membro de todas as suas iterações).
Este volume colecciona alguns dos primeiros números da Liga de Grant Morrison e Howard Porter. Numa das histórias enfrentam o Hiperclã, uma misteriosa equipa de super-heróis disposta a corrigir os problemas do mundo e a tornar a Liga obsoleta. Na outra, a escala de ameaça sobe e confrontam nada mais nada menos que os anjos da mitologia cristã. Nesta última, os leitores vão ser confrontados com uma versão bem diferente do Super-Homem: um Homem de Aço eléctrico. Mérito seja feito a Morrison que consegue fazer limonada com o mais azedo dos limões, ao aproveitar esta estranha evolução e extrair não um mas dois dos momentos mais antológicos da vida do último sobrevivente de Krypton.
O trabalho de Morrison e de Porter continuaria por mais anos com sagas como Rock of Ages, DC One Million ou World War III e, na opinião deste vosso bloguista, ambos entregariam as maiores e mais relevantes aventuras da História da Liga da Justiça. É rezar para que o resto seja editado cá por terras Lusas. Tudo depende de vocês.
Seguem em baixo previews.
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