Quando falha a inspiração sobre o que é que se escreve? Escreve-se sobre a falta de inspiração. Escreve-se sobre o que se estará disposto a fazer para a recuperar. Escreve-se sobre como se vende os restantes dias da vida para que em apenas 200 possa ser-se tudo aquilo que sempre se quis ser. Apenas 200 dias. Serão suficientes? A princípio pensa-se que sim. Mas à medida que as horas se amontoam em dias, os dias em semanas e estas em meses, chega-se à conclusão que nenhuma soma é suficiente. Mais ainda se nestes dias encontra-se o amor da nossa vida, aquela pessoa que subtrai minutos ao tempo mas que multiplica tudo por séculos. Exponencia o que resta. Acrescenta mas não eterniza. O pacto faustiano que se fez, que permite ter um talento superior e uma forma superior de o executar, pende sobre a cabeça como a mitológica espada do Damocles.
A forma atabalhoada como escrevi é uma maneira de descrever o enredo deste extraordinário novo livro de Scott McCloud, The Scultor. Foi publicado e já foi escolhido por um estúdio cinematográfico para ser adaptado ao grande ecrã. Isso interessa? Não! Então porque é que o escrevi? Não sei. Talvez para vos prender a atenção neste post. O que é verdadeiramente relevante é a maestria com que se encontram McCloud escritor e McCloud desenhador nas páginas deste (gigante e bem pesado) tomo de excelência que é The Scultor. Uma obra que utiliza todos os truques narrativos à disposição do artista de Banda Desenhada para construir um livro sublime de inspiração e belo de entrega. Um livro que começa no fundo do poço da depressão e acaba no topo de um edifício em construção nas ruas de Nova Iorque. Um livro que é não só autobiográfico, como inteiramente ficcional e, acima de tudo, verdadeiro. Como a verdade deve ser: cheia de mentiras que a sublinham e a justificam. Porque o artista é o alquimista da verdade.
É completo despropósito falar desta BD. É importante perderem amor a alguns vinte euros (são mais de 400 páginas, bem visto) e correrem a ler este belíssimo livro.
A forma atabalhoada como escrevi é uma maneira de descrever o enredo deste extraordinário novo livro de Scott McCloud, The Scultor. Foi publicado e já foi escolhido por um estúdio cinematográfico para ser adaptado ao grande ecrã. Isso interessa? Não! Então porque é que o escrevi? Não sei. Talvez para vos prender a atenção neste post. O que é verdadeiramente relevante é a maestria com que se encontram McCloud escritor e McCloud desenhador nas páginas deste (gigante e bem pesado) tomo de excelência que é The Scultor. Uma obra que utiliza todos os truques narrativos à disposição do artista de Banda Desenhada para construir um livro sublime de inspiração e belo de entrega. Um livro que começa no fundo do poço da depressão e acaba no topo de um edifício em construção nas ruas de Nova Iorque. Um livro que é não só autobiográfico, como inteiramente ficcional e, acima de tudo, verdadeiro. Como a verdade deve ser: cheia de mentiras que a sublinham e a justificam. Porque o artista é o alquimista da verdade.
É completo despropósito falar desta BD. É importante perderem amor a alguns vinte euros (são mais de 400 páginas, bem visto) e correrem a ler este belíssimo livro.
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