Coleção Levoir/Público Marvel 2014 – 8.º Volume: Thor

(Prometo informar os menos conhecedores acerca da acessibilidade desta coleção de BD, ou seja, se é fácil ou não ler sem saber mais coisas)

Grau de acessibilidade: Fácil



Sai amanhã, Quinta-feira, dia 28 de Agosto, junto com Público e custa 8,9€

A história que o escritor J. Michael Straczynski e o desenhista Olivier Coipel fizeram para Thor, compilada neste volume, reintroduziu o Deus do Trovão após alguns anos no limbo. O personagem havia desaparecido do catálogo das publicações mensais da Marvel depois de uma história paralela ao evento Avengers Dissassembled (publicado em Portugal pela Vitamina BD). Os Vingadores tinham caído num marasmo e coube ao escritor Brian Michael Bendis a tarefa de imaginar novas vidas para os personagens. Infelizmente para os fãs de Thor, Bendis não tinha planos para o personagem. Consequentemente, Michael Avon Oeming teve a tarefa de acabar a mais recente encarnação da revista do deus do trovão mas de uma forma que, à altura, parecia definitiva. Àsemelhança do que já tinha sido anteriormente feito por Roy Thomas na década de 70, o crepúsculo dos deuses Vikings, o Ragnarok,  era visitado mas, desta feita, de uma forma mais duradoura. Thor e o Reino Eterno de Asgard tinham contado a sua última história no universo da Marvel.

M as está claro que na BD de super-heróis existem muito poucas coisas definitivas. Nem a morte. Coube a Straczynski e Coipel a tarefa de ressuscitar a mitologia dos deuses nórdicos para o século XXI, conseguindo-o com algum sucesso. Desta saga ficaria principalmente o novo desenho das roupas de Thor, que duram até hoje e que serviram de inspiração para a versão cinematográfica do personagem.  Contudo, também o escritor, neste primeiros capítulos, muito contribuiu para o sucesso da nova versão. A sua escrita escorreita e imaginativa trouxeram alguns pormenores interessantes ao personagem, principalmente o facto de Loki, meio-irmão e inimigo figadal de Thor, ter sido ressuscitado como mulher. Essa pequena curiosidade narrativa trouxe alguns pormenores curiosos à história. Contudo, a run de Straczynski e Coipel duraria pouco tempo, ficando a sensação de que ambos teriam ainda muito para dizer acerca de Thor.  De facto, o personagem tem um historial de runs imprescindíveis e duradouras para aficcionados de BD: a do escritor Dan Jurgens com John Romita JR e Andy Kubert; a de Tom de Falco com Ron Frenz; e a superlativa de Walter Simonson (de que vos falarei assim que reler os cinco livros que a coleccionam).  Ficou assim a saber a muito pouco esta de  Straczynski e Coipel. É pena, porque o personagem merece muito melhor.

Nota final – Eu não partilho da opinião que se tem de saber tudo para acompanhar bem uma história. Parte da “magia” da BD americana reside na descoberta posterior, na paciente reconstrução do puzzle. Mas para aqueles que não têm tempo e paciência aqui fica este meu pequeno esforço.

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