Leiam sobre os números anteriores neste link.
O volume que poder-se-ia julgar dispensável acaba por ser o mais importante de todos. A esta constatação junta-se outra: para os fãs do multiverso da DC Comics, para os que acompanham este mundo há décadas, este novo número da série de Grant Morrison é uma prenda inesquecível.
É impossível falar deste Guia do novo Multiverso da DC sem estragar todas as surpresas que o compõem. Desde a primeira até à última página, este novo número de Multiversity é recheado de brindes e de revelações, de um sentido de maravilhamento não só para fãs mas também para aqueles que raramente se dedicam à mitologia dos super-heróis. Grant Morrison, o obreiro, rebusca o fundo do saco do enorme historial da DC Comics e presenteia-nos ao mesmo tempo com o esperado e com o inesperado, construindo uma gigantesca e omniversal catedral dedicada aos maiores arquétipos super-heroísticos da literatura (sim, porque os senhores da Marvel que me desculpem mas os mais puros modelos continuam a ser o Super-Homem, Batman, Mulher-Maravilha, Capitão Marvel, etc. - talvez o Homem-Aranha e o Wolverine possam para aqui entrar). O que o autor tem feito com esta série é verdadeiramente monumental e o que consegue com este Guia é ao mesmo tempo impressionante e revelador. Não só consegue compactar toda a História da DC como constrói um enredo que a explica, expande e prepara para o futuro. A imaginação louca de Morrison é algo terrivelmente belo de se contemplar.
A macro-história de Multiversity continua neste volume, com várias narrativas paralelas passadas em universos diferente mas alicerçadas no truque de que existe uma mensagem a ser passada de universo em universo, uma mensagem de aviso em forma de Banda Desenhada. Essa BD é a mesma que o leitor tem nas mãos (o Multiversity Guidebook, portanto) e que lê ao mesmo tempo que os personagens das várias histórias. Nesse livro é-nos revelado (e aos personagens) a estrutura do Multiverso (já revelei essa imagem aqui) bem como quais são os 52 universos que o compõem. O leitor é chamado a fazer parte da narrativa como presença Omnisciente que observa, de forma fria, o que se passa lá em baixo. Junto com Morrison nós somos deuses.
Em suma, mais um número fantástico desta já indispensável série de BD. Essencial ler.
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