(Prometo informar os menos conhecedores acerca da acessibilidade desta coleção de BD, ou seja, se é fácil ou não ler sem saber mais coisas)
Grau de acessibilidade: Fácil
Sai amanhã, Quinta-feira, dia 16 de Outubro, junto com Público e custa 8,9€
A Marvel gosta de experimentar com outros géneros para além do dos super-heróis mas de uma forma muito particular. Para a larga maioria das aventuras fora da "zona de conforto" utiliza os seu catálogo de personagens e coloca-os em mundos diferentes. Reescreve a mitologia de cada um mas sem esquecer a batida que rege o ritmo dos seus heróis. Mesmo as experiências mais "radicais", geralmente não tem coragem de esquecer de utilizar ou o Homem-Aranha, ou o Quarteto Fantástico ou os Vingadores, por exemplo. Mesmo personagens que cria e que muitas vezes não têm cabimento na larga tapeçaria dos super-heróis, acabam por ser incorporados por ela. A necessidade de criar um todo coeso algumas vezes suplanta o bom senso e a criatividade. Digamos que é um modelo de negócio.
Neste contexto, temos este novo volume da Levoir que, digo desde já, nunca tive a oportunidade de ler. Desconheço de todo a qualidade que imagino ser boa, ademais tendo o contributo de artistas portugueses como João Lemos e Nuno Plati, um dos grandes atractivos deste novo livro da colecção, mesmo a tempo do Festival de Banda Desenhada da Amadora. Parece-me uma excelente aposta desta editora, ao contextualizar o mais recente lançamento da colecção Marvel 2014 neste festival, podendo abrir o apetite a públicos de diferentes proveniências, públicos que raramente colocariam os olhos nos títulos ditos "normais" da editora americana de super-heróis.
A escolha de dois nomes conhecidos como Homem-Aranha e Vingadores só poderá contribuir mais ainda para a fácil percepção. São ícones que, cada vez mais, têm um forte apelo para o público em geral, pelos filmes que têm sido um sucesso. A editora têm sido mestre na capacidade de vender o seu catálogo em diferentes media, revelando uma extraordinária capacidade de adaptação aos tempos modernos. A Banda Desenhada continua a ser o canto mais importante de produção de histórias originais mas a editora consegue exportá-la com sucesso e criar o gosto em diferentes públicos. Num mercado cada vez menor da BD é um importante método de sobrevivência. Os fãs de longa data ao mesmo que tempo que agradecem vivem com algum receio. Contudo, quando vejo que começam a aparecer outra vez crianças e adolescentes a ler BD, só posso ficar feliz. Espero que por muito tempo.
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